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Daniel Vaz: Aperte o cinto em 2016, pois não será um ano fácil no Brasil

aviao turbulencia

 O mundo começa a despertar depois de um tempo em stand by, por conta das festas de fim de ano e do justo e merecido descanso para aqueles que trabalharam durante todo o ano passado tentando sobreviver a esse período conturbado no Brasil, política e economicamente, que gerou impactos negativos para toda a população, e por consequência, a parcela jovem do Brasil também foi afetada.

A notícia (ruim) vem do relatório World Employment and Social Outlook – Trends 2016 (Emprego no Mundo e Perspectiva Social – Tendências 2016), divulgado nesse último 19/1. A Organização Internacional do Trabalho (OIT), responsável pelo estudo, prevê que o número de desempregados crescerá em 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo este ano, indicando que cerca de 700 mil brasileiros façam parte desse contingente. Outro país a contribuir com essa triste previsão é a China, que deve diminuir sua força de trabalho nesse ano em 400 mil trabalhadores, decorrência do seu crescimento em 2015 de “apenas” 6,9%.

Os setores exportadores e de turismo devem se beneficiar da expectativa de manutenção do patamar atual do dólar e da realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro para poderem pensar em perspectivas favoráveis nesse ano. Mas a verdade é que, para a grande maioria de nós, o mar não estará para peixe, e precisaremos buscar alternativas para enfrentar esse próximo período complicado que vem pela frente.

Como sabemos, aqueles que mais sofrem nesses momentos de crise são os jovens, que deverão representar grande parte do número estimado de demissões no país. Sem qualquer intenção de apontar solução mágica para esse que é um problema global, mas também buscando inspiração nas ações que ocorrem em várias partes do mundo, existe uma tendência se consolidando no sentido de apostar no desenvolvimento do mercado de trabalho e oportunidades de geração de renda para esse público através da formação especializada em empreendedorismo, o apoio econômico e de gestão direcionado às startups (empreendimentos de base tecnológica), e a preparação para o que alguns chamam de “auto-emprego”, ou a capacidade que devemos ter de gerar iniciativas que possam contribuir com o nosso sustento.

Se não resolvem a situação como um todo, essas propostas vem contribuindo para gerar autonomia e protagonismo à parcela da juventude envolvida nesses temas, nos países onde são aplicadas. Mas vale a pena fazer um registro, ou um chamado, para a necessidade de criticar e buscarmos solução para as mazelas do Brasil e punir todas as pessoas envolvidas nesse mar de fatos que acompanhamos quase que diariamente pelos noticiários, mas sem fazer o nosso país regredir de tamanho, porque a política do quanto pior melhor, utilizada por parte dos setores políticos como arma de guerra em Brasília, já mostrou do que é capaz em 2015.

O que poderia encaminhar um outro rumo a esse situação seria uma conjunção de fatores econômicos, sociais e políticos no Brasil, que não estão nem perto de aparecer nos radares de quem observa de maneira atenta o cenário de 2016, infelizmente.

* Daniel Vaz é publicitário, Mestre em Comunicação, fundador da ONG Opção Brasil, Coordenador-Geral/Reitor da UNIJUV – Universidade da Juventude e Vice-Presidente da AUALCPI – Associação das Universidades da América Latina e Caribe pela Integração.

** As opiniões apresentadas nesse artigo são de responsabilidade do seu autor.