A SOLUÇÃO PODE ESTAR DIANTE DE NÓS

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No momento em que o planeta discute cada vez mais as questões relacionadas ao meio ambiente, cabe a cada um de nós refletir que atitude temos tomado para mudar essa realidade.

Cada vez que penso no tema, lembro de quantos ensinamentos tive no inicio da minha formação acadêmica e o quando isso influenciou nas minhas atitudes, sobretudo por ser de uma cidade maciçamente adensada urbanamente e comportar um dos principais parques industriais do Brasil.

Mas é através do conhecimento que pude olhar além e perceber que minha cidade, Mauá, tem muito mais de que concreto e asfalto.

Localizada a 800 metros de altitude acima do nível do mar, estamos exatamente na transição entre a Serra do Mar e o Planalto Paulista. Uma cidade que é cortada pela estrada de Ferro Santos-Jundiaí, que teve a construção iniciada por Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, que veio a dar o nome a cidade na ocasião de sua emancipação.

Um lugar lembrado pelas suas indústrias, mas que possui uma natureza exuberante e concentra entre  metros acima do nível do mar, no limite entre os morros e picos íngremes, típicos dessa região, um grandioso potencial hídrico.

Por estar em uma altitude elevada, não há rios que cortam os limites do município, mas é dele que partem o Rio Tamanduateí, terceiro maior afluente do Rio Tietê, além do Rio do Oratório, Pinheirinho e Guaió.

Isso só é possível pelo fato de ainda termos preservado preciosos trechos de Mata Atlântica, que possibilitam que essas nascentes se mantenha vividas e jorrando água da mais pura qualidade.

É uma pena que há poucos quilômetros adiante essa água límpida seja contaminada. E pensar que diante de uma nova crise hídrica como a que estamos vivendo ainda tenhamos que conviver com a destruição de mananciais e a poluição das nossas águas.

Precisamos de políticas governamentais mais firmes no que se refere ao saneamento, mas é essencial que também tenhamos consciência da população, afinal, a solução muitas vezes pode estar diante de nós.

 

David Ramalho é Gestor Ambiental, especialista em políticas públicas pela PUC-SP

 

Nota: As opiniões apresentadas nesse texto são de responsabilidade do autor e não refletem a linha editorial do Infojovem.