IBGE revela hábitos, costumes e riscos vividos pelos jovens

A Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PENSE) apresenta informações sobre as condições de vida do estudante, em investigação inédita no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o tema e, também, a primeira na história do Instituto em que os próprios entrevistados responderam ao questionário diretamente no computador de mão.

Essa forma de coleta de informações deu privacidade aos informantes para responderem questões sobre família, saúde, violência, uso de álcool e drogas e comportamento sexual.

As informações mostram que mais da metade dos 618,5 mil estudantes de escolas particulares e públicas, que frequentam o 9º ano do ensino fundamental, nas capitais e no Distrito Federal – a maioria na faixa de 13 a 15 anos – são inativos ou insuficientemente ativos em relação à prática da atividade física.

Considerando somente as alunas, o percentual chega a quase 70%. Aproximadamente 80% deles assistem TV por duas horas ou mais por dia, quando duas horas é o limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde.

Já o consumo de guloseimas e de refrigerantes superou o de frutas frescas. O consumo de frutas frescas foi de 31,5%, enquanto a proporção de alunos que consumiram guloseimas, em cinco dias ou mais na semana anterior à coleta da pesquisa, foi de 50,9%, e o percentual de estudantes que consumiram refrigerantes foi de 37,2%.

Dos estudantes pesquisados, 24,2% já experimentaram o cigarro alguma vez na vida e 6,3% o consumiram alguma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa. O consumo de bebida alcoólica era mais disseminado do que o fumo: 71,4% já haviam experimentado álcool alguma vez, sendo que 27,3% disseram ter consumido no mês anterior à pesquisa.

Quase 20% declararam ter obtido a bebida em supermercados ou bares e 12,6 % deles na própria casa. Já haviam se embriagado 22,1% dos escolares. A PENSE verificou, ainda, que 8,7% dos estudantes já usaram alguma droga ilícita.

A Pesquisa mostra, também, que já tiveram relação sexual 30,5% dos estudantes, sendo 43,7% adolescentes do sexo masculino e 18,7% do sexo feminino.

Embora a maioria (87,5% dos alunos da rede pública e 89,4% da rede privada) tivesse informações sobre AIDS ou outras doenças sexualmente transmissíveis, 24,1% dos estudantes não havia usado preservativo na última relação sexual.

Os dados sobre violência mostram que quase um terço dos alunos (30,8%) respondeu ter sofrido bullying alguma vez, cuja ocorrência foi verificada em maior proporção entre os alunos de escolas privadas (35,9%) do que entre os de escolas públicas (29,5%).

Nos 30 dias anteriores à pesquisa, 12,9% dos estudantes se envolveram em alguma briga com agressão física, chegando a 17,5% entre os meninos e 8,9% entre as meninas, inclusive com o uso de armas brancas (6,1% dos estudantes) ou arma de fogo, declarado por 4% deles.

Viviam na companhia do pai e da mãe 58,3% dos estudantes, sendo que 31,9% moravam apenas com a mãe, 4,6% somente com o pai e 5,2% sem a presença da mãe e nem do pai. Quase 10% dos alunos declararam ter sofrido agressão por algum adulto da família.

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