Termina em SP Encontro Regional de Jovens com HIV

Sentados em formato de um grande círculo, os participantes do I Encontro de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV e AIDS da Região Sudeste avaliaram de maneira positiva esta iniciativa que reuniu de sábado até ontem (12), em São Paulo, cerca de 60 pessoas oriundas dos quatro Estados da região.

Segundo uma das organizadoras do evento Micaela Cyrino, de 22 anos, o Encontro proporcionou mais afinidade entre os participantes, o que além de ajudar na criação de projetos em prol dos jovens vivendo com HIV, já serviu para uma ótima troca de experiências entre pessoas que têm o mesmo vírus, precisam seguir o tratamento contra a aids e enfrentar o estigma.

Micaela explicou que os participantes de cada Estado apresentaram seus problemas relacionados ao viver com HIV, e todas essas demandas serão entregues aos órgãos governamentais competentes. De São Paulo, “a ideia é propor um encontro de lideranças juvenis de várias áreas para se criar uma agenda integrada”, disse a ativista.

Maicon dos Santos, 24 anos, participou pela primeira vez de um encontro como esse. Ele disse que a maior dificuldade dos jovens vivendo com HIV no Espírito Santo é se reunir. “Ainda vivemos com muito preconceito e quase nenhum jovem soropositivo troca experiências no meu Estado. Foi muito bom ver outras pessoas na mesma situação que a minha. Vamos tentar criar um grupo de jovens mais ativo no Espírito Santo”, comentou.

Do Rio de Janeiro, Márcio Teles, 22, pediu uma maior integração entre o Programa Estadual e os Programas Municipais de DST/AIDS na reposta à epidemia. “Se em uma cidade tem algum projeto que está indo bem, por que não replicar em outros lugares?”, comentou.

Segundo Weigon de Jesus, 24, as principais demandas apresentadas pelos participantes de Minas Gerais foram a falta de grupos de apoio em várias cidades do Estado e nos hospitais especializados em AIDS. “Queremos propor a criação de um grupo base de jovens que possa ir aos pequenos municípios que não têm esse trabalho, falando sobre como é viver com HIV e alertando para os nossos direitos”, disse. “E isso também vale para os lugares onde são atendidas as pessoas com HIV e aids, já que em muitos centros médicos elas não têm nenhum acolhimento especial”, acrescentou.

O I Encontro regional de jovens vivendo com HIV e AIDS reuniu além dos jovens e adolescentes, gestores da área da saúde e especialistas no assunto.

Na pauta de discussão, as Casas de Apoio onde viveram muitos desses jovens, seus direitos sexuais e reprodutivos, a lipodistrofia como efeito colateral relacionado à AIDS e ao uso prolongado do coquetel antirretroviral, álcool e drogas, entre outros.

Em São Paulo, o evento teve apoio do Grupo de Incentivo à Vida (GIV) e do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Fonte: Agência de Notícias da AIDS