Nova Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana gera polêmica

 

A criação da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana pelo Governador Ricardo Coutinho (PSB) está gerando polêmica. É que a nova Pasta atende ao mesmo tempo ao movimento das mulheres, negros, homossexuais e indígenas e os grupos temem que a mistura dos seguimentos resulte no não atendimento das demandas específicas de cada um. O ideal, segundo a maioria parte dos grupos, seria a criação de secretarias independentes.

Para discutir o problema, a secretária da Pasta, Iraê Lucena, junto com a executiva, Gilberta Soares, recebem amanhã (24), às 15 horas, representantes de cada movimento social. A estrutura da secretaria será apresentada e os grupos entregarão às titulares uma série de demandas e um dossiê com os principais problemas. A integração dos grupos em uma mesma pasta é a preocupação principal dos representantes dos movimentos.

De acordo com Perlúcia Silva, uma das representantes do grupo de mulheres negras da Paraíba, Bamidelê, a criação de uma secretaria que integre grupos tão diferentes é um retrocesso: “A secretaria é tudo e não é nada. Do jeito que está sendo feita, com essa generalização, a secretaria não é boa para nenhum dos grupos”, afirmou. Segundo Perlúcia, na Paraíba essa secretaria está sendo criada na contramão das políticas nacionais que separam os seguimentos que têm demandas diferentes. “Nacionalmente existe a secretaria da mulher e a contra o racismo, por exemplo”, argumentou.

Já o Movimento do Espírito Lilás (Mel) teme que na secretaria alguns grupo sejam privilegiados, em detrimento de outros.  O tesoureiro do grupo, Luciano Bezerra, afirmou que um dos receios é com o repasse de recursos. “Nacionalmente existe uma secretaria das mulheres que deve mandar recursos federais para o Estado. Mas o movimento gay não terá esse apoio e é preciso que o estado compense isso”. Para Luciano, é preciso ter muito cuidado para que as políticas atendam a todos os seguimentos. “É muita coisa para uma só secretaria. É preciso achar o equilíbrio”, declarou.

Posição da secretaria

A secretária executiva Gilberta Soares declarou que a secretaria está aberta ao diálogo com todos os grupos. “Vamos ouvir a demanda de casa um e também apresentar a estrutura da secretaria”, disse. De acordo com ela, o que se pretende é trabalhar os pontos comuns que integram os movimentos, sem, contudo, esquecer que existem as especificidade. A secretária acredita que a convivência dos grupos pode ser pacífica e que as demandas de cada um deles serão atendidas. “Nós preparamos planos de políticas para cada um dos seguimentos e haverão grupos de trabalho separados para atender a cada demanda”, explicou Gilberta. Por enquanto, o Governo do Estado descarta a criação de secretarias independentes.

 

Fonte: Paraíba.com