Participação de jovens empresários no mercado cresceu em 12 anos

Imagem: Mãos digitando em um computador

Na transição das décadas de 1990 para 2000, o cenário dos empreendedores mudou de perfil. Se entre 1996 e 1997 a participação dos jovens de 18 a 24 anos na abertura de empresas paulistas era de 4%, de 2006 a 2007 passou para 13%.

Isso é o que aponta o levantamento realizado pelo Sebrae-SP Doze anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade de empresas, que avalia o período de 1995 a 2007.

Até 2003, a participação de jovens empreendedores cresceu rapidamente, chegando a 14% do total. De acordo com o consultor do Sebrae-SP Pedro João Gonçalves, essa expansão deveu-se, provavelmente, ao momento da economia, que à época registrava pequenas taxas de crescimento. “O baixo dinamismo possivelmente fez com que os jovens preferissem entrar no mercado de trabalho como empreendedores, e não como empregados”, explica.

Além disso, as informações sobre como ter seu próprio negócio tornaram-se mais disponíveis. “O assunto passou a estar presente na graduação, se transformando em disciplina nos cursos de administração e negócios”, aponta Gonçalves. “Os jogos que simulam a atividade empresarial, caso do Desafio Sebrae, que é acessado pela internet, podem ter contribuído também.”

É válido ressaltar que o grau de escolaridade melhorou de 2000 a 2007. O total de empreendedores do Estado que tem pelo menos o Ensino Médio passou de 70% para 83%.

A ampliação da atuação de empresários de até 24 anos acabou contribuindo para a geração de riquezas no mercado com o uso de ferramentas inovadoras, o que colaborou ao aquecimento da economia a partir de 2005.

Se considerarmos a faixa de empreendedores entre 25 e 39 anos, o índice de participação permaneceu estável no período, respondendo por 49% das constituições de empresas.

Por outro lado, aqueles que têm de 40 a 49 anos perderam participação relativa. Se entre 1995 e 1997 eles respondiam por 32% das constituições de empresas, de 2006 a 2007 caíram para 24%. Na avaliação de Gonçalves, provavelmente esses empreendedores encontraram outras oportunidades de trabalho, aproveitando o crescimento vigoroso da economia.

A pesquisa mostra que, entre empresários com 50 anos ou mais, a participação manteve-se de 12% a 16% – a faixa etária historicamente segue esse percentual.

A média de idade que predominou na abertura de empresas entre 2003 e 2007 recuou para 37 anos. Entre 2001 e 2005, ela era de 39 anos.

MORTALIDADE

Em relação às chances de sobrevivência no mercado, empresas dirigidas por jovens não têm maior probabilidade de fechar prematuramente (de um a cinco anos no mercado). Por exemplo, em 2007, as pessoas de 18 a 24 anos foram responsáveis por 15% das constituições de firmas e por 15% das empresas encerradas.

As pessoas com 50 anos ou mais também não correm riscos maiores no mercado. Três anos atrás elas responderam por 14% das constituições de empresas e por 14% das empresas encerradas.

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