Vídeos chamam a uma mudança de atitude frente à violência contra a mulher

 

 

 Por Natasha Pitts
 
Em 2009, a Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos trouxe ao Brasil a  “Campanha Ponto Final na Violência contra as Mulheres e Meninas”. Durante o ano de 2010, a iniciativa foi desenvolvida nacional e localmente e neste ano entra em outra fase com a divulgação de material áudio-visual. Três vídeos, que já estão sendo veiculados na TV Educativa do Rio Grande do Sul, chamam a uma mudança de pensamento e atitude frente à violência de gênero.

A intenção é gerar uma reflexão sobre a violência contra mulheres e meninas e despertar o espectador para transformar suas atitudes e ajudar outras pessoas a também optarem por uma mudança nas ações que dizem respeito à violência de gênero. Dessa forma, será possível, mesmo que em longo prazo, mudar realidades como a do Brasil, onde a cada 15 segundo uma mulher sofre violência.

Os vídeos foram lançados em novembro de 2010 durante audiência pública com a Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéia Freire, e desde o dia cinco vêm sendo veiculados na Televisão Educativa do Rio Grande do Sul – TVE/RS. De acordo Télia Negrão, coordenadora executiva da campanha, cópias dos vídeos estão sendo distribuídas para comunidades e outras TVs educativas.

“A repercussão foi enorme com apenas três dias de veiculação dos três vídeos da campanha na TV Educativa do Rio Grande do Sul. Recebemos muitos e-mail e telefonemas de pessoas que queriam aderir. Nossa expectativa agora é que a Empresa Brasil de Comunicação possa colocar os vídeos em sua programação”.

Segundo Télia, 14 capitais brasileiras já receberam as atividades da Campanha. Em nível local, são desenvolvidas ações na comunidade Campo da Tuca, no Partenon, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Debates, atividades de sensibilização em grupo, atividades culturais, visitas domiciliares, oficinas de inclusão digital, dança e mobilizações para adesão à Campanha são apenas algumas das ações desenvolvidas.

“O que fazemos é um trabalho educativo que terá resultados em médio e longo prazo, mas temos alguns indicadores para medir o impacto da campanha hoje. Temos, por exemplo, um adesivo com a frase ‘Nesta casa não entra violência contra a mulher’, que é colado na casa dos que aderiram à campanha. Milhares de adesivos foram distribuídos e podem ser vistos na porta de várias pessoas da comunidade”, esclarece.

Para a coordenadora da campanha, outra forma de ver os resultados positivos brotando no Campo da Tuca é analisar as ações feitas com os e as adolescentes. “Desde que a campanha entrou na comunidade as meninas cobram outra atitude dos meninos com relação a elas e estes, por sua vez, estão mais vigilantes às atitudes dos outros rapazes. A Campanha acaba provocando um empoderamento das adolescentes, que conseguem se enxergar como sujeitos de direito. Isso nos dá mostras de que este método é adequado a nossa intenção”, manifesta.

Para permitir que a campanha Ponto Final ganhe ainda mais visibilidade, o bloco carnavalesco Ilê Mulher, de Porto Alegre, terá uma ala especial para passar a mensagem da campanha. Outros interessados em aderir à campanha e divulgar os vídeos nas redes sociais e em suas páginas pessoais podem conhecê-los e copiá-los no site da Campanha ponto final e também no youtube.