RJ – Cursos de pré-vestibular comunitário levam jovens carentes à universidade

Cursos de pré-vestibular - jovem estudando

Jovem estudando

Getulio Fidelis, de 32 anos, passou em primeiro lugar no mestrado em ciências sociais na PUC-Rio, onde também cursou a graduação. Márcio Alexandre, de 45, está no terceiro ano de medicina na Uerj. Cid de Araújo Moraes, de 25, fez matemática na Uerj e anos depois conquistou uma vaga no mestrado em matemática pura na UFRJ. Estefanie Silva do Nascimento, de 26, está formada em administração pela PUC, faculdade que escolheu depois de ser aprovada também para Uerj, UFF, UFRJ e Candido Mendes.

Além de terem chegado à universidade, todos eles têm mais pontos em comum: estudaram em escolas públicas, cresceram em famílias carentes e conquistaram a tão sonhada vaga no curso superior – muitas em cursos disputadíssimos – depois de frequentar cursos de pré-vestibular comunitários, que funcionam graças ao trabalho de voluntários e em média aprovam 40% dos alunos.

Para Gil Max, professor de física e matemática e fundador do curso Santo André, em São Cristóvão, o alto índice de aprovação – em 2010, dos 70 que concluíram o curso, 48 alunos foram aprovados para UFF, Uerj, UFRJ, PUC e FGV – se dá por conta da dedicação dos alunos:

– São mais atenciosos e dedicados do que a maioria dos estudantes. Chegam sem uma boa base, mas veem no curso uma oportunidade. E levam a sério.

Oportunidade era o que faltava para Márcio Alexandre chegar à faculdade de medicina. Adestrador de cães, ele passou 20 anos longe da escola. Quando um acidente quase o matou, Márcio resolveu que era hora de tentar uma vaga em veterinária:

– Pensei: vou morrer e não vou fazer o que quero. Então, procurei o pré Santo André, fiquei lá por três anos e passei para medicina na Uerj, para a qual só me inscrevi porque ajudei a socorrer um taxista que acabou morrendo, e para veterinária na UFF e na Rural. Estou no terceiro ano e vou me especializar em cirurgia geral ou ortopédica.

Cursos tentam evitar evasão

Nas salas de aula e na coordenação dos cursos, além de profissionais de diversas áreas – professores com mestrado e doutorado, engenheiros, jornalistas, matemáticos, astrônomos e publicitários -, ex-alunos que já se formaram se revezam na tarefa de ensinar, motivar e mostrar aos estudantes que “é possível seguir a carreira desejada, e não a menos concorrida”, em universidades renomadas.

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