Associação capacita deficientes auditivos para área de TI

A Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), em fevereiro, comemorou o início das aulas de formação em tecnologia da informação de uma turma de pessoas com deficiência auditiva, em parceria com a Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Derdic – PUC-SP). Agora, em agosto, mais 50 jovens iniciaram o programa de capacitação voltado para esta área.

A iniciativa partiu das próprias associadas da Brasscom, empresas de tecnologia da informação com mais de mil funcionários, que precisam se adequar para cumprirem a lei de cotas, mas que estavam com dificuldade em encontrar mão de obra qualificada. A solução: buscar parcerias para dar treinamento às pessoas com deficiência interessadas na área.

Assim, a Brasscom buscou entidades especializadas no atendimento nessa área, e ajudou a Derdic a obter todas as certificações junto ao Ministério do Trabalho e ao Ministério da Educação, além de regularização fiscal para realizar este trabalho. Ainda, com o apoio de técnicos e especialistas em Tecnologia da Informação (TI), montou cinco cursos diferentes na área de TI e um voltado para gastronomia. O esforço levou quase dois anos.

Atualmente, as empresas contratantes estão recebendo cursos de sensibilização e preparação para receber as pessoas com deficiência. “Os setores que receberão estes profissionais também precisam ser qualificados e áreas inteiras da companhia estão parando suas atividades durante um período para isso”, explica Sérgio Sgobbi, diretor de Educação e RH da Brasscom.

Segundo Sgobbi, este é um projeto inovador porque a Derdic tem realizado um atendimento individualizado das pessoas a serem qualificadas. “A Derdic conhece as pessoas envolvidas no programa de qualificação, muitos foram alfabetizados lá, o que significa que conhecem a história dessas pessoas, seus perfis e suas dificuldades familiares, o que ajuda na resolução de eventuais problemas pessoais”.

O novo desafio da Brasscom, de acordo com Sgobbi, é qualificar e envolver outras modalidades de deficiências, conforme exigência do Ministério do Trabalho. A associação já planeja investir na formação de pessoas com deficiência visual, que com a ajuda de softwares adequados podem trabalhar com computadores e sistemas normalmente. “As pessoas com deficiência visual têm alto nível de concentração. Temos visto o aumento do número de cegos analistas de sistemas. As empresas terão de se adaptar, colocar sistema de voz nos elevadores, apoio em braile em suas instalações, entre outras. Mas estamos trabalhando para isso”.

Fonte: terra.com.br