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Jovem sem educação profissional é vulnerável a desemprego, diz OIT

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Diretor de entidade defende que desenvolvimento deve ser inclusivo. Segundo ele, desemprego entre os jovens é 3 vezes maior que o de adultos.

A falta de educação profissional no Brasil e na maioria dos países do mundo é um dos principais problemas que fazem os jovens terem dificuldades para deixar o desemprego, segundo o diretor regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na América Latina e Caribe, José Manuel Salazar-Xirinachs. Ele defendeu que o desenvolvimento dos países deve ser inclusivo durante entrevista concedida na abertura da Conferência Internacional de Educação Profissional, que será realizada em Curitiba até o dia 12 de agosto.

Para o diretor regional da OIT, que participou do painel de abertura da conferência, com tema “Educação Profissional, Competitividade e Inovação”, se a formação profissional for baixa em relação à demanda e à necessidade dos jovens, a empregabilidade se torna baixa. Ele cita o fato de as taxas de desemprego entre os jovens ser três vezes maior do que as dos adultos, em quase todos os países. “Há outros obstáculos, mas um deles é que são os jovens que não foram beneficiados por uma educação dual, de uma educação no lugar de trabalho, e então se entra num círculo vicioso, porque os empregadores não os contratam porque os jovens nunca trabalharam em uma empresa e então não se faz a transição da escola para o mundo do trabalho”, comenta.

Em geral, o desenvolvimento econômico, na opinião de Salazar, tem seguido uma agenda inovadora em três diretrizes para trazer bem-estar e garantir empregos de qualidade para a população: que o desenvolvimento seja duradouro, com metas para 10 ou 20 anos; que seja inclusivo e que, dessa forma, proporcione mobilidade social, redução da pobreza e de desigualdades sociais; e que tenha sustentabilidade, com preocupação com a preservação do meio ambiente. “A grande riqueza dos países não está no subsolo, mas está nas pessoas. Isso equivale a uma revolução econômica e social”, afirma.

Sobre a crise econômica do Brasil e a desaceleração pela qual passam outros países da América Latina, o diretor regional da OIT cita um estudo que mostra os efeitos da desaceleração e retração no mercado de trabalho. “Claramente a desaceleração está impactando em um aumento da pobreza, no aumento da informalidade, na redução da qualidade de empregos. É fundamental encontrar as formas de recuperação”, acrescenta. Ele reforça, entretanto, que a principal característica da crise brasileira está em questões políticas e que o país possui potencial de desenvolvimento.

Ele destacou ainda a atuação de instituições que incentivam a educação profissional na América Latina e no Caribe, entre elas o Senai e o Sistema S como um todo. Salazar menciona que o Brasil tem liderado na América Latina, com seu potencial, o investimento em parques tecnológicos. “Há um grande respeito pelo Senai e pelo Sistema S e pelo que se tem feito no Brasil e o que se continua fazendo”, diz, sobre a participação das entidades nesse processo.

Fonte: O Globo