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Desmonte da educação de jovens e adultos pode afetar economia brasileira

foto escola

Foto: Secretaria de Educação do Maranhão/Divulgação

 

A queda nos investimentos em educação no Brasil já tem reflexos no programa para Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Ministério da Educação, segundo o professor e especialista em Política e Gestão Educacional, José Marcelino de Rezende Pinto, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.

A conclusão do professor está baseada no levantamento feito pelo Laboratório de Dados Educacionais da Universidade Federal do Paraná, em parceria com a Universidade Federal do Goiás, a partir de relatórios educacionais entre 2007 e 2019. O relatório mostrou que, durante o período analisado, cerca de 14 milhões de escolas brasileiras deixaram de oferecer o EJA e, entre as instituições que mantiveram as portas abertas para essa modalidade, o número de matrículas diminuiu em 1,8 milhão para os ensinos fundamental e médio.

Os números preocupam, diz Rezende Pinto, uma vez que, no Brasil, cerca de 69 milhões de jovens, com 25 anos de idade ou mais, ainda não concluíram a formação básica, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019. Para esses brasileiros, um dos caminhos para terminar os estudos é justamente o programa para Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Ministério da Educação.

Futuro comprometido

Para Rezende Pinto, esse cenário pode afetar não só o futuro dos jovens e adultos, mas também o potencial econômico do Brasil. “Imagine hoje um jovem de 20 anos que não concluiu o ensino fundamental. Qual a sua capacidade em uma economia cada vez mais competitiva e tecnológica? Qual a chance que esse jovem, ou um adulto de 30, 40 anos, tem?”, questiona.

Para Rezende Pinto, “negar ao jovem brasileiro a possibilidade de concluir o ensino fundamental e o ensino médio através da educação de jovens e adultos, guardadas as proporções, é como se o País estivesse abrindo mão do seu futuro”. E afirma que, dado o momento atual de  crise, a saída para o Brasil é “investir  pesadamente em educação”, assim como fizeram países que viveram situações semelhantes.

Fonte: Jornal da USP