Renda das mulheres permance menor que a dos homens

Imagem: Símbolos que representam o masculino e o feminino

O rendimento médio real das mulheres brasileiras vem crescendo nos últimos cinco anos, mas permanece abaixo do rendimento dos homens, mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2004, o rendimento médio mensal das mulheres era de R$ 613, chegando a R$ 786 no ano passado. Entre os homens, no entanto, o rendimento médio cresceu de R$ 964 para R$ 1.171 no mesmo período. Proporcionalmente, a renda das mulheres subiu de 63,6% da renda dos homens em 2004 para 67,1% no ano passado.

Segundo o IBGE, a proporção do rendimento médio real de trabalho das mulheres em relação ao dos homens foi maior nas regiões Norte e Nordeste: respectivamente, 70,3% e 72,4%.

Ainda no ano passado, 34,9% das mulheres ocupadas ganhavam até um salário mínimo mensal. Entre os homens, essa proporção era de 25,3%. Apenas 0,3% das mulheres ganhavam acima de 20 salários mínimos, enquanto entre eles a proporção era de 0,9%.

Em 2009, as mulheres eram maioria na população em idade ativa, representando 51,3% do total. Eram minoria, no entanto, entre os ocupados (42,6%) e representavam 58,3% dos desocupados naquele ano. Na passagem de 2008 para 2009, a elevação da taxa de desocupação foi mais significativa para elas (de 9,6% para 11,1%) que para eles (de 5,2% para 6,2%).

Entre as 39,5 milhões de mulheres trabalhadoras no ano passado, 17% eram trabalhadoras domésticas. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) também mostrou que que, além da jornada no mercado de trabalho, 90% das mulheres ocupadas realizavam tarefas referentes aos afazeres domésticos. Entre os homens ocupados, essa proporção era de 49,7%.

A jornada de trabalho dos homens, no entanto, era superior: 81,6% deles trabalhavam 40 horas ou mais por semana, enquanto 59,5% delas faziam o mesmo.

Desemprego e ocupação:

Em 2009, entre as 101,1 milhões de pessoas da população economicamente ativa, 91,7% estavam trabalhando e as demais 8,3% estavam procurando trabalho. Em 2008, a taxa de desemprego era menor, de 7,1%. Com isso, a população desocupada cresceu 18,5% de 2008 a 2009, para 8,4 milhões de pessoas.

Ainda no ano passado, 58,6% da população ocupada era de empregados. Outros 20,5% eram trabalhadores por conta própria; 7,8% eram domésticos; e 4,3%, empregadores. Outros 8,8% eram trabalhadores não remunerados.

Carteira assinada:

De acordo com a PNAD, de 2008 para 2009 houve alta de 20% no número de trabalhadores domésticos com carteira assinada. O número de trabalhadores domésticos cresceu menos no período, 11,9%, para 7,2 milhões de pessoas.

Entre os ocupados, havia 32,3 milhões de trabalhadores com carteira assinada no ano passado, ou 59,6% do total, uma alta de 1,5% em relação a 2008. Entre os 54,3 milhões de empregados, outros 12,2% eram militares e estatutários, e outros 28,2% não tinham carteira de trabalho assinada.

O IBGE também apontou, pela primeira vez, que 14% os trabalhadores por conta própria trabalhavam em empreendimento com registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Para os empregadores, essa proporção foi de 68,4%.

Rendimento médio mensal:

O rendimento médio mensal real de todos os ocupados com 10 anos ou mais foi estimado em R$ 1.106,00, 2,2% acima do verificado em 2008 (R$ 1 .082,00). Entre 1999 e 2004, o rendimento apresentou quedas anuais (11,1%, no período) e, em 2004, começou a aumentar. No período de 2004 a 2009, houve um ganho de 20,0% na remuneração média de trabalho, segundo o IBGE.

Por faixas de renda, os 10% da população ocupada com rendimentos mais elevados concentraram 42,5% do total de rendimentos de trabalho, enquanto os 10% com os rendimentos mais baixos detiveram 1,2% do total das remunerações.


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