Jovens de Sarandi e Maringá aparecem no cenário nacional

Imagem: Hip Hop

Foi nas periferias das grandes cidades que surgiram o rap e o break dance, pilares da cultura hip hop. Mas o crescimento das cidades de médio porte fez com que as modalidades se espalhassem pelo interior do Brasil. Jovens de Sarandi e Maringá vão representar o Paraná em duas competições nacionais ligadas ao mundo do hip hop.

Moradores de Sarandi, Samuel Marian, 19 anos, e Israel Barreto, 20 anos, venceram no dia 12 de setembro a etapa paranaense do Brasil Break Dance (Bradan), que seleciona uma dupla por Estado para concorrer na grande final, em Cuiabá, 30 de outubro.

Também finalistas, o grupo maringaense Inteligência Verbal, formado por Ivan Marinheiro, Cleiton Queiroz Campello e Rodolfo César Cândido, representará o Paraná no Rap Popular Brasileiro (RPB), que terá etapa final em Fortaleza, 16 de outubro.

Os vencedores dos dois concursos vão participar do Prêmio Hutúz, maior evento do hip hop da América Latina, organizado pelos fundadores da Central Única das Favelas (Cufa).

Desde maio de 2010, a Cufa instalou representações em Sarandi e Maringá. A coordenadora da Cufa em Sarandi, Eveline Tieme Tsuda, afirma que, a despeito do nome, a entidade não está necessariamente associada às favelas.

“É uma entidade que busca incentivar a cultura da periferia de uma maneira geral, não só favelas”, diz Tsuda. “O movimento surgiu no Rio de Janeiro, mas hoje está em praticamente todos os Estados, valorizando a cultura de rua e revelando talentos”, diz Amanda Morato, também coordenadora da Cufa de Sarandi.

Também existem representações da Cufa em Londrina, Cambé e Maringá, onde o coordenador é Renê Meyring.

Samuel e Israel são dançarinos de break há cinco anos e integram o grupo sarandiense Donos da Rua. Eles venceram entre dez duplas na etapa regional e cinco na etapa estadual, em Londrina.

“Aprendi a gostar do break com as primeiras pessoas que trouxeram essa dança para a região. Há três anos participo de competições”, conta Samuel.

Nova conversa

Os integrantes do Inteligência Verbal fazem rap desde 2005. Com influências do reggae e de grupos como SP Funk e Quinto Andar, o grupo procura fugir do rap de protesto. “Não deixamos de incluir a militância nas nossas letras, mas buscamos algo mais original”, explica Marinheiro.

“Procuramos destacar a positividade, até porque muitos outros rappers já exploraram demais o lado negativo nas letras”, diz Campello.

Tanto o grupo de rap quanto o de break precisam de apoio para viajar e representar o Paraná nos concursos nacionais. Eles pedem apoio de empresas que possam patrocinar as passagens, hospedagem e alimentação nas capitais mato-grossense e cearense.

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