Rádios na web amazonense ampliam diversidade de estilos

 

Produzir uma rádio alternativa não-comercial ou apostar no ecletismo de uma programação mais próxima do tradicional. Há cerca de três anos, as rádios web amazonenses acumulam experiências diferentes e ampliam a diversidade na rede mundial.

Com três anos de existência, a Rádio Vertical é considerada a primeira rádio web criada na capital do Amazonas. A dupla de ex-músicos Emir Fadul e Caio Kanawati – que começaram o projeto sozinhos, mas hoje contam com mais três colaboradores –  amargou uma juventude em que as rádios abertas, convencionais, não davam espaço para o rock local.

Hoje eles se orgulham de ter uma programação com cerca de 40% das 24 horas que ficam no ar com músicas amazonenses. “Realmente valorizamos o roqueiro, o músico de Manaus, do Amazonas”, disse Emir Fadul. “Como na internet as distâncias parecem não ter limites, não só o som regional é tocado nesta rádio”.

“Tocamos, por exemplo, Black Oil, banda de um brasileiro que mora na Califórnia (Estados Unidos). Recebemos muito material independente, underground, de pessoas pedindo para tocarmos suas músicas”, disse o proprietário.

E o público, segundo Emir Fadul, é tão variado quanto a programação. “O grande diferencial da rádio na internet é que temos ouvintes no mundo todo: Europa, Japão. A maioria deles, brasileiros que moram lá”.

Também apostando na segmentação do público, a BMJ Sucessos (bmjsucessos.net) é desenvolvida pelo cantor e compositor de brega Billy Marcelo há cerca de um ano e três meses. É uma iniciativa que prolonga os projetos da gravadora BMJ, que cria CDs de músicos locais produzidos pelo próprio Billy Marcelo. Todos se enquadram nos segmentos popular, brega, bolero ou romântico.

Tiririca do Amazonas, Abílio Farias, Nunes Filho, Nino Gato, Pedrinho de Acajatuba e Socorrita D’lamancha são alguns dos mais de 60 músicos excluídos das programações das rádios abertas que são incluídos na programação da BMJ Sucessos. “O Cabeludo dos Teclados, nunca ninguém ouviu tocar em rádio e é bom. Como o France Carvalho, Eudi Jander, que até já gravou LPs em gravadoras grandes, mas hoje não é mais lembrado”, disse Billy Marcelo.

A audiência serve também para o proprietário divulgar seus próprios CDs e DVDs. Recentemente, ele enviou lotes que variam de 300 a 500 cópias, do seu último CD, ‘A Velha Gostosona’, para o Acre, Porto Velho, São Luís e Rio de Janeiro.

Novidade:

Levar o profissionalismo da rádio aberta para a internet é a proposta da Vox FM (www.voxifm.com.br), que iniciou no dia 1º de janeiro deste ano com dois programas diários, mas a partir de 1º de fevereiro pretende lançar uma programação de 24 horas, com  noticiário pela manhã e tarde e uma programação musical variada.

Mas o estilo da seleção musical seguirá uma proposta diferenciada, segundo o diretor executivo George Dantas. “As rádios estão muito amarradas às gravadoras. Você ouve Rihanna em uma estação, muda e ouve Rihanna, muda e ouve Rihanna de novo. Por isso as pessoas estão migrando para a rádio da internet”, disse.

Nomes como Eric Clapton, Ana Carolina, Eliana Printes, Márcia Siqueira e Pereira estão previstos no estilo ‘adulto contemporâneo’, segundo o diretor. “Axé, não!”.

Por enquanto o ‘FM’ do nome da rádio não se refere à ‘Frequência Modulada’ (FM), característica das rádios abertas, mas sim à origem, ‘From Manaus’, segundo o diretor. O objetivo é conseguir uma concessão federal para atuar também como rádio convencional no futuro e passar a colocar a Vox na internet e na Frequência Modulada. “As rádios (web e aberta) se completam”, disse George Dantas.

 

Fonte: D24AM