Ricardo Almeida: Oportunidades do empreendedorismo social na juventude como caminho profissional

Ricardo Carvalho de Almeida

Escolher o trabalho pelo bem comum, de forma ética e sustentável e ainda poder viver disso com satisfação e dignidade. Já imaginou? Se você é jovem e se identifica com este caminho, se ele te desafia e sente que tem capacidade de orientar sua vida neste rumo, saiba que possui perfil e potencial para se tornar um empreendedor social.

Na juventude somos desafiados a fazer escolhas para a vida que vão determinar as nossas relações de prazer e significado com o mundo e como convivemos nele. Estas escolhas constituem quem somos por aquilo que fazemos convivendo em sociedade. Nas dimensões possíveis como as sociais, culturais, políticas, afetivas, entre outras, estão as escolhas profissionais, quando a inexperiência aliada a ousadia característica desta fase da vida, considerando que esta relação muitas vezes ocorre sem a devida reflexão e planejamento, pode resultar no mando da boa ou má sorte, perder oportunidades ou não proporcionar-se felicidade. Felicidade muito além do que você possa ter a partir de seu trabalho para ser feliz, mas no que você é quando faz aquilo que te satisfaz, que se encontra e te potencializa.

Assim, a escolha laboral para o jovem, que é um rito de passagem de bastante importância para a vida, deve ser realizada de acordo com o perfil de profissional que pretende se tornar, buscando desempenhar atividades que vão ao encontro do que te faz sentido e, sempre que possível, com aquilo que é mais competente. Você pode escolher garantias e estabilidade sendo um bom empregado, construindo uma carreira sólida e de crescimento na área que preferir, em uma ou mais instituições. Pode também escolher ser um empreendedor, inovar e desenvolver negócios, mas para isso deve estar convicto de que seu perfil profissional inclui, encarar riscos, constante planejamento e avaliação, e exercer liderança. Pode ainda, escolher estabilizar seu empreendimento se tornando empresário, caminho que dividirá suas características empreendedoras com capacidade de gestão.    

O jovem que visa a sua empregabilidade deve atentar-se que instituições empregadoras investem em profissionais de recursos humanos e recrutadores, que a cada dia aprimoram em mecanismos para a identificação de competências, habilidades e atitudes dos jovens candidatos para uma contratação mais assertiva, de acordo com as necessidades e características de profissional para cada oportunidade, logo, acumular experiências de convívio social como, práticas voluntárias, de participação ou realização de projetos e ações sociais, contam muito a favor de qualquer candidato. 

Agora, se o que te toca é empreender, inovar, pautado no social independente de sua área de atuação profissional, comece identificando em que você é bom. Isso te permite aprimorar ainda mais as suas competências e habilidades empreendedoras, possibilitando também, o aprimoramento de suas atitudes ao reconhecer aquilo que não é competente e que necessita da contribuição do outro no pleno exercício de alteridade, ou seja, a capacidade de se reconhecer no outro. Quanto maior o exercício de alteridade envolvido em sua empreitada, mais ética é estabelecida ao seu empreendimento e mais aderência ao perfil de empreendedor social você terá.

As atitudes dos jovens com perfil de empreendedor social são aquelas que impactam positivamente na sociedade, podem ou não gerar lucro, e que trazem inovações para soluções ou contribuições às demandas sociais de forma sustentável. Deste modo, se configuram como oportunidade ao jovem empreendedor social pois, podem por exemplo, se materializar com a criação de uma razão jurídica sem fins lucrativos, buscando para a sua inovação de fim social, o financiamento por vias filantrópicas, públicas ou privadas. Pode também, por esta via não lucrativa aos sócios empreendedores, monetizar suas inovações gerando produtos ou serviços de impacto social oferecidos ao consumo de distintos públicos de interesse, proporcionando a autonomia financeira para este tipo de negócio social, ou ainda, gerar um empreendimento que se configure como uma organização ou operação lucrativa aos seus associados, desde que o principal objetivo do retorno financeiro esteja na maximização dos impactos sobre a demanda social em questão.

Micro e pequenas organizações, com ou sem fins lucrativos, privadas e públicas, até as grandes corporações multinacionais investem no caminho da sustentabilidade por práticas de responsabilidade social, um caminho sem volta e necessário, assim como um campo de atuação profissional que se solidifica e expande a cada dia, que se configura como uma grande oportunidade para a escolha profissional de jovens com perfil empreendedor e na formação de protagonistas do desenvolvimento social sustentável.

 

 * Ricardo Almeida é publicitário, professor, pesquisador e extensionista pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul; Mestre em Comunicação, processos comunicacionais: inovação e comunidades; Fundador e atualmente Diretor Administrativo Financeiro da ONG Opção Brasil, representante da Red Opción Latinoamérica.

 ** As opiniões apresentadas nesse artigo são de responsabilidade do seu autor.