Curso vai capacitar 380 jovens para preservação de prédios históricos

Uma parceria entre a prefeitura de Iperó, o Governo Estadual e o Senai vai viabilizar a capacitação de 380 jovens para o restauro e a preservação de prédios históricos da região de Sorocaba. O curso será realizado durante quatro meses pelo recém-criado Núcleo de Preservação do Patrimônio Histórico (NPPH), em substituição ao projeto Oficina-Escola de Artes e Ofícios (Poeao), que já era realizado há três anos em Iperó e em diversas cidades brasileiras.

Na noite da última quinta-feira, os 64 alunos da primeira turma desta nova etapa do curso foram recebidos na Fundação Educacional Ipanema por autoridades políticas e empresários da região, além do Prefeito de Iperó, Marco Antônio Vieira de Campos, durante uma aula inaugural que também contou com a presença do presidente da Minercal, Luiz Pagliato e Luiz Sampaio, do Grupo Pão de Açúcar, ambos incentivadores da iniciativa.

Julio Barros, coordenador do curso, explica que o aprendizado é dividido nas áreas de Metal, Alvenaria, Pintura e Madeira, todos com enfoque para o conceito de preservação do meio ambiente cultural sustentável, desenvolvido por ele mesmo e aplicado em todas as cidades onde o projeto é desenvolvido. Nossa teoria de educação patrimonial pode propiciar a sustentabilidade e eliminar o equívoco de que as obras desse gênero são caras e se restringem ao restauro, que é só uma pequena parte de todo o processo que envolve esse trabalho.

Além de iniciar os jovens de 15 a 18 anos numa área profissional em expansão e crescente demanda, a capacitação será revertida em benefícios ao patrimônio histórico da região, a exemplo do que já acontece em Iperó, onde os alunos formados nas turmas anteriores recuperaram Igreja de São Jorge, no bairro George Oeter, o antigo Prédio do Pernoite, onde os maquinistas descansavam para pegar outra composição e a fachada das casas da Vila Ferroviária.

A próxima oficina experimental, segundo Matos, ocorrerá na Estação Ferroviária do município e em breve nas estações de outras cidades, como a de Sorocaba.A única forma de se fazer a preservação é tendo capital humano, e nós estamos investindo justamente nisso. É a estratégia que sempre faltou, é colocar recursos da cultura para jovens da periferia e criar agentes culturais, pessoas que sabem sobre meio ambiente, que percebam e quebrem essa mácula de achar que meio ambiente é só o natural, completou.

Ambrósia dos Reis Rodrigues está entre os jovens que veem no curso a esperança de um futuro melhor. Aos 15 anos, a menina pensa em seguir carreira com especialização em restauro e preservação de bens históricos compostos por metais. Meu irmão fazia um curso no Senai e me contou sobre a inscrição. Fiquei muito feliz em ter essa chance de estudar e ter um trabalho diferente, sobre essa questão tão importante que é a preservação da nossa história, declarou.

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