Uma Reflexão Sobre a Educação de Jovens

Carlos Alberto Rabaça: Educação é prioridade?

Rio – Vivemos uma realidade social marcada pela exclusão, esgarçada pela miséria, amordaçada pela alienação, apesar do discurso das autoridades de que tudo vai bem. É doloroso aceitar que milhões de jovens não tenham acesso à boa educação; é difícil encarar a disparidade entre as etnias, a evasão e o fracasso escolares. Agora, temos a notícia de que a falta de professores e a greve deixam alunos da rede estadual com boletim em branco, prejudicando-os e minando seu interesse. Sem aula, sem professor, sem merenda. Assim como o alimento, a educação é indispensável para a vida. Só ela pode fazer com que a dor da fome tenha fim.

A boa escola tem a importância de uma ação libertadora. Mas o Estado castra o educando quando não resolve problemas básicos. O ensino deve ser tratado como um conceito-chave para a evolução, e não apenas mais uma pasta entre diversas agendas menos apaixonantes. Não há atalhos para a educação. Ao ser humano, por mais que mudem os tempos e as épocas, ela é importante e necessariamente urgente para que haja conscientização e responsabilidade. Pela educação não se extrai apenas boas ideias. Forma-se, em grande parte, o caráter e o respeito ao outro.

Um bom sistema educacional tem que ter professores bem treinados e remunerados, que se sintam confiantes frente a um currículo de alto nível; diretores que tenham uma ideia clara do que é bom ensino e sejam capazes de ajudar cada professor; e, por fim, que o dia na escola tenha mais aprendizado do que as crianças têm hoje. Só assim, vidas pouco versadas e sem perspectiva serão transformadas em vidas expressivas.

Infelizmente, a educação é prioritária apenas às vésperas das eleições. A promessa é acolher a todos, crianças, jovens e adultos. Mas as eleições passam, e a educação vai para o fim da fila.

Carlos Alberto Rabaça é sociólogo e professor

Fonte: odia.terra.com.br